Parece contraditório, mas em pleno sério XXI, ainda é possível encontrar pessoas que esboçam algum tipo de preconceito, ao se depararem com portadores de qualquer tipo de deficiência. E, é baseado nisso, que as Apaes têm o grande desafio de ir de contra essa problemática e promover a vida com dignidade a todas as pessoas, inclusive àquelas que apresentam algum tipo de deficiência.
O movimento Apaeano é uma grande rede constituída por pais, amigos, pessoas com deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras - públicas e privadas, para a promoção e defesa dos direitos de cidadania da pessoa com deficiência, além da inclusão social.
As raízes históricas e culturais do fenômeno 'deficiência' sempre foram marcadas por forte rejeição, discriminação e preconceito. E, diante da ineficiência do Estado em promover políticas públicas sociais que garantam a inclusão dessas pessoas, surgem famílias empenhadas em quebrar paradigmas e buscar soluções alternativas para que os filhos com deficiência intelectual ou múltipla alcancem condições de serem incluídos na sociedade, com garantia de direitos, como qualquer outro cidadão.
A presidente da Feapaes-PE, Graça Mendes, destaca que a Constituição do Brasil, no artigo 5º, estabelece que todos são iguais perante a lei. A legislação garante a assistência à saúde, à educação, à reabilitação profissional e à integração ao mercado de trabalho.
É por isso que, a busca constante de soluções alternativas para que as pessoas com deficiência intelectual ou múltipla alcancem condições de serem incluídas na sociedade, com garantia de direitos como qualquer outro cidadão, é o objetivo da instituição.
Em Pernambuco, o movimento Apaeano teve início no ano de 1961, na cidade do Recife. Hoje, a Federação das APAEs de Pernambuco – FEAPAES-PE conta com 16 unidades, atuando nos municípios de Petrolina, Salgueiro, Serra Talhada, Mirandiba, Carnaubeira da Penha, Garanhuns, Passira, Agrestina, Cupira, Cachoeirinha, Barra do Guabiraba, Bezerros e Buíque além do Recife. Em fase de abertura estão os municípios de Carpina, Itaíba e Belém de Maria. No Estado, mais de 2.600 deficientes são atendidos pela rede apaeana.
A REDE
No Brasil, a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais foi fundada no Rio de Janeiro, no ano de 1954. Essa mobilização social começou a prestar serviços de educação, saúde e assistência social a quem deles necessitassem, em locais que foram denominados como Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), constituindo uma rede de promoção e defesa de direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, que hoje conta com cerca de 250 mil pessoas com estes tipos de deficiência, organizadas em mais de 2 mil unidades presentes em todo o território nacional.